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Adolescência, depressão e suicídio


No ano passado, a série 13 Reasons Why, da Netflix, trouxe a tona o debate sobre depressão e suicídio na adolescência. Passada a febre, a questão caiu um pouco no esquecimento. Porém, com as recentes notícias de suicídio em escolas de São Paulo – com 2 alunos de uma mesma escola cometendo suicídio no espaço de cerca de 15 dias – o debate parece reacender. Importante, visto os recentes acontecimentos que foram trazidos à luz da mídia e tantos outros dos quais não ficamos sabendo.

Entre adolescentes, o suicídio é considerado a terceira maior causa de mortes em nível global (BORGES; WERLANG, 2006). As taxas de suicídio ou de tentativas, no Brasil, são maiores aqui no Sul do país e pedem, portanto, nossa atenção. A adolescência por si só é um período de mudanças, marcada pela transição em que o sujeito deixa a infância, mas ainda não é um adulto. Para o adolescente pode ser difícil se encontrar, principalmente pelos referenciais de sua identidade estarem mudando – é o período em que o adolescente procura se encaixar em grupos de seus iguais. O corpo está mudando, a relação com o mundo ao seu redor também se modifica e nem sempre é fácil lidar com tudo isso.

Quando falamos sobre suicídio, em qualquer faixa etária, é importante lembrar que a manifestação de ideias suicidas ou pensamentos de morte não devem ser ignoradas ou taxadas como “tentativas de chamar atenção”. Segundo Braga e Dell’Aglio “A ideação suicida é um importante preditor de risco para o suicídio” (2013). A ideia de que quem quer se matar não avisa é um mito. Por isso é importante escutar nossos adolescentes, sem os culpar ou pressionar. O ideal é que se acolha, escute e procure um profissional.

Há inúmeros motivos que podem levar o adolescente ao suicídio, como os conflitos familiares, a pressão na escola e transtornos de cunho psicológico, como a depressão. Procurando a ajuda de um profissional capacitado, é possível prevenir o suicídio.

Saber que seu filho tentou ou pensa em suicídio pode ser chocante e difícil para os pais, porém é preciso lidar com a questão, em vez de ignorá-la. Assim, o profissional poderá auxiliar este adolescente, mas também tirar as dúvidas dos pais sobre a questão e ajudá-los a lidar com um momento delicado.

Não tenha vergonha: peça ajuda para você, seu filho ou sua família. Se estiver se sentindo triste, ansioso, culpado, com vontade de sumir, com pensamentos de morte, com um vazio que não passa... Agende um horário, procure um profissional. Ele irá te ajudar a entender o que está acontecendo, a lidar com suas questões e a encontrar um novo caminho, com mais saúde, bem estar e autoconhecimento!

Referências:

BORGES, Vivian R.; WERLANG, Blanca S. G. Estudo de ideação suicida em adolescentes de 15 a 19 anos. Estudos de Psicologia, 2006, 11(3). Disponível em: < http://www.redalyc.org/html/261/26111312/> Acesso em: maio 2018.

BRAGA, Luiza de L.; DELL’AGLIO, Débora D. Suicídio na adolescência: fatores de risco, depressão e gênero. Contextos clínicos, vol. 6 n. 1, 2013. Disponível em: < http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822013000100002> Acesso em: maio 2018.

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